
Os discursos políticos centrados apenas na moral cristã, desprezando os demais temas relevantes para o país
Muitos cristãos só se informam com base no que se diz nas mídias ligadas à sua fé, deixando de lado muitos assuntos que afetam o seu dia-a-dia, da sua família e de toda a sociedade. Quando estamos atentos apenas a temas relacionados a nossa comunidade religiosa, ficamos desinformados sobre assuntos de alta relevância para o nosso país e que exigem das nossas autoridades posturas firmes e éticas na defesa de interesses dos cidadãos como um todo.
Em épocas de debates eleitorais, os temas discutidos no ambiente cristão são sempre os mesmos e, normalmente, apenas os relacionados à sua fé. Embora os princípios cristãos devam ser defendidos por aqueles que são seguidores desta fé, os demais assuntos que causam maior impacto ao cotidiano de todos os cidadãos não podem ser desprezados da forma que vem acontecendo.
A implantação do pânico como estratégia
De propósito ou não, alguns veículos de comunicação trazem informações prontas, empacotadas, sem qualquer senso crítico e lançam sobre o público cristão. Em época de eleições, essa desinformação sistêmica, intencional ou não, torna as pessoas mais fervorosas reféns de oportunistas e mentirosos que levam pânico às igrejas, tentando fazer com que o voto cristão seja pautado apenas em dois ou três temas, e desprezam outros que representam a saúde, a segurança, o emprego e a dignidade de milhões de brasileiros, incluindo os cristãos.
Pior do que tudo isso, em épocas de eleição, cria-se o pânico de que o Congresso Nacional vai votar leis permissivas contra esse ou aquele assunto, mas que não reflete em ações tão firmes nas casas legislativas quanto a propaganda feita dentro dos templos. Enfim, um pânico orquestrado para tornar o povo, já desinformado, também desorientado e com menor capacidade de decisão.
Ser prudente como a serpente …
O cristão consciente é exigente com seus parlamentares
Se formos sinceros conosco e com a sociedade que fazemos parte, devemos estar prontos para discutir temas que afetam a todos e, por fim, sabermos votar e também fiscalizar o mandato daqueles que votamos. Quem não sabe em quem votou, quem não sabe explicar porque votou, quem não cobra posturas dos seus representantes não contribui para o desenvolvimento do Brasil, mas colabora com os que querem um país desigual, desinformado para ser mais fácil manipular, mais fácil corromper, mais fácil dirigir a opinião pública fazendo-a insensível ao sofrimento dos que morrem nos corredores de hospitais se contorcendo de dor. Paralelamente a isto, crianças pobres não têm perspectivas de alcançarem melhores oportunidades no futuro, enquanto muitos enriquecem ilicitamente. Voto é livre arbítrio: um direito seu. Não delegue-o. Vote pensando em construir um Brasil melhor para você e para todos.
Por Rubens Teixeira
Pastor evangélico da igreja Assembleia de Deus • Doutor em Economia pela UFF • Mestre em Engenharia Nuclear pelo IME • Pós-graduado em Auditoria e Perícia Contábil pela UNESA • Engenheiro de Fortificação e Construção (civil) pelo IME • Bacharel em Direito pela UFRJ (aprovado na prova da OAB-RJ) • Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN)
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