Lição 13 - A Formosa Jerusalém (10) - Pr Josaphat Batista Soares
INTRODUÇÃO
- Enquanto no Gênesis se percebe que a criação
pura foi contaminada pelo pecado, vindo assim a maldição, no Apocalípse, o
último livro do Cânon Bíblico, enfatiza a restauração de todas as coisas com
uma nova criação, “novos Céus e nova terra”, vindo assim a bênção não parcial,
mas sim, a bênção eterna que jamais terá fim!
I – PALAVRA CHAVE “CÉU”
“E VI um novo céu, e uma nova terra. Porque já
o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”.
1 - “...um novo céu, e uma nova
terra”. no principio, portanto, Deus criou os céus e a terra. no texto
original hebraico a palavra para céus é (“shamayim”). A terminação “im” indica o
plural. Isso pretende mostrar que há mais do que somente um céu.
2 - Na Bíblia distingue-se
pelo menos três céus; o céu inferior (auronos), o céu intermediário (mesoranios)
e o superior (eporanios).
(a) Céu inferior. Por céu inferior entendemos o
céu atmosférico. Isto é o (“alto”): onde sobrevoam as aves e os aviões, passam
as nuvens, desce a chuva, se processam os trovões e relâmpagos. Deus o chamou de
“...a face da expansão dos céus”. Gn 1.20 e Jesus, de “...extremidade inferior
do céu”. Lc 17.24.
(b) Céu intermediário. Por céu intermediário
entendemos céu estelar ou planetário, chamado também o céu astronômico. A Bíblia
o chama de a (“altura”):
c) Céu superior. Esse é chamado de as
(“alturas”). Sl 93.4; At 1.9; Hb 1.3. É declarado em 2Co 12.2, como sendo “...o
terceiro céu”, o “Paraíso”; podemos chamá-lo de “o espiritual”, e de “céu dos
céus” por estar acima de todos (Ne 9.6; Jo 3.13). É o lugar onde habita Deus (Sl
123.1), Cristo (Mc 16.19), o Espírito Santo em seu retorno (Ap 14.13), os anjos
(Mt 22.30; Jd v.6); será também a morada dos salvos em Cristo (Jo 14.3).
3 – Os Céus e sua
sustentabilidade
- Deus criou os céus pelo supremo poder da
palavra (1Cr 16.26; Jó 26.13; Sl 8.3; 33.6; 96.5; 136.5; Pv 8.27). Os céus
incluindo a terra (Êx 20.11; 31.17; Ne 9.6; Sl 89.11, 12; 102.25; Salmo 115;
Salmo 121.2; 124.8; 134.3; 156.6; Pv 3.19; Is 37.16; 42.5; 44.18; 51.13; Jr
10.12; 32.17; 51.15; Zc 12.1; At 4.24; 14.15; Ef 3.9; 2Pd 3.5; Ap 4.11; 10.6;
13.7). Deus os criou em seis dias (Êx 20.11; 31.17). São sustentados pelo poder
da sua palavra (Sl 33.9; 148.5; Hb 1.3; 2Pd 3.5). Uma vez que o (“Céu
Superior”), é eterno, não é, pois sujeito a nenhuma mudança “...um novo céu, e
uma nova terra” implica a transformação dos (“céus atmosféricos e
astronômicos”); eles passarão com grande estrondo no dia do juízo (Is 51.6; Mt
24.33; Mc 13.31; Lc 21.33; Hb 1.10, 11; 2Pd 3.7, 10; Ap 6.16 (1º estágio); Ap
20.11; 21.1; consumação.
4 - E o mar já não existe.
- Uma omissão conspícua da nova criação de Deus
é a de oceano: “...e o mar já não existe” (21.1). Como o coração de João deve
ter sido confortado por tal revelação, pois na ilha de Patmos o Apóstolo estava
separado pelo revolto do mar! No céu, entretanto, nada nos separará dos nossos
queridos.
II – A CIDADE SANTA
“E eu, João, vi a santa cidade, a nova
Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o
seu marido”.
1 - “...a nova Jerusalém”.
Esta linda cidade, vista por João, corresponde à mesma do versículo 10,
deste capítulo; porém, em relação ao tempo, uma visão está distante da outra
cerca de mil anos. “Este trecho ocupa-nos outra vez com o período milenial. O
que foi dito em 20.5-6, é agora revelado plenamente, e temos uma descrição da
noiva, a esposa do Cordeiro, na sua glória milenial, em relação a Israel e às
nações sobre a terra”.
2 - A
cidade.Em foco era de gigantescas dimensões tendo o
formato quadrangular, vista no versículo 10; descrerá para a terra no início do
Milênio e, ficará (“acima”) da Jerusalém terrestre durante mil anos e, a
iluminará (v. 23). Iluminada pela glória da Jerusalém celeste a Jerusalém
terrestre se transformará também na cidade casada como descreve o profeta
Isaías: “Nunca mais te chamarão: desamparada, nem a tua terra se denominará
jamais: Assolada; mas chamarte-ão: Hefzibá; e à tua terra: Beulá...”(Is 62.4a.).
Aqui o profeta descreve a glória de Sião durante o Milênio. A cidade
(“desamparada”), será chamada (“Hephzibat”) meu regozijo está nela”, e a terra
desolada, (“Beulá”), ou casada. E o
senhor habitará em Sião e se regozijará sobre
ela como o noivo se regozija da noiva.
III – A SANTA JERUSALÉM
“E levou-me em espírito a uma grande e alto
monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do
céu”.
1 - “...a santa Jerusalém”.
Devemos observar que no versículo 2, deste capítulo, essa cidade é
chamada de (“nova”), enquanto que agora no presente versículo de (“santa”). A
diferença é apenas em relação ao tempo. Tudo sugere uma cidade literal: ouro,
ruas, dimensões, pedras. Ela desce do céu, pois é impossível construir uma
cidade santa aqui. O versículo 10 desta secção tem uma ação retrospectiva;
enquanto que o versículo 2, prospectiva; no versículo 2, João contempla esta
nova cidade já na (“eternidade”) como capital do “Novo Céu e da Nova Terra”.
Porém, o nome s erá o mesmo que o Senhor lê deu durante o Milênio:
“Jerusalém-Shammah” – isto é, O Senhor está ali (Ez 48.35). A frase no texto e
contexto: “...de Deus descia do céu”, significa: desceu para a terra no início
do Milênio (v.10); enquanto que no versículo 2, o significado do pensamento deve
ser: desceu para a nova terra já na Eternidade. A concebida como algo encobria o
monte, mas como algo que descia o local próximo, conforme se ver descrito em Ez
40.2.
“E tinha a glória de Deus; e a sua luz era
semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal
resplandecente”.
2 - “..semelhante a uma pedra
preciosíssima”. A glória da cidade do senhor, do presente texto, é
comparada a uma pedra (“preciosíssima”). Por igual modo, a salvação que os
homens recebem de Cristo não tem descrição em palavras, não podendo ser
calculado o seu valor. Isso envolve até mesmo a obtenção de “toda a plenitude de
Deus”. Isso indica também particularmente, a presença de Deus, e não somente sua
manifestação ocasional como acontecia no antigo tabernáculo montado no deserto
(Êx 40.34). Essa situação fará a glória divina a “Shekinah”, vir habitar
permanentemente com os santos, pois a frase em si: “...o Senhor está ali” (Ez
48.35) no seu equivalente ocorre três vezes aqui (vs. 3, 22; 22.3). No deserto a
nuvem especial servia de sombra, aqui, porém, só de luz da cidade, como já ficou
demonstrado, compara-se ao ofuscar do jaspe, como cristal resplandecente, isto
é, tem uma glória como a do Criador, cuja aparência se diz ser como a de pedra
jaspe (4.3).
“E tinha um grande e alto muro com doze
portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes
das doze tribos de Israel”.
3 - “...com doze portas”. O
número (“12”), com seus cognatos, ocorre mais de 400 vezes na Bíblia e é
extremamente importante. Neste livro ocorre cerca de (“20”) vezes, e permeia o
governo patriarcal, apostólico e nacional. Temos, assim: “As 12 estrelas (12.1);
os 12 anjos (12.12); as 12 tribos (21.12); os 12 fundamentos (21.14); os 12
frutos (22.2); as 12 portas (21.12, 21); as 12 pérolas (21.21); entre os
múltiplos de 12 temos: 12.000 estádios (21.16); 12.000 selados (7.5-8); 144.000
é um número formado de 12 vezes 12.000 (14.1); 24 anciãos e 24 tronos (4.4;
11.16), são também especiais”. Todos esses números se relacionam agora com a
Jerusalém celestial, na qual se viam 12 portões como sendo 12 pérolas, 3 de cada
lado do quadrado (21.21). Em cada portão havia a gravação do nome de uma das 12
tribos de Israel. Em Ez 48.31-34, há uma descrição semelhante da nova Jerusalém
durante o Reino Milenial de Cristo.
“Da banda do levante tinha três portas, da
banda do norte três portas, da banda do sul três portas, da banda do poente três
portas”.
4 - “...tinha três portas, etc”.
Na antiga cidade de Jerusalém terrestre, havia também 12 portas, sendo,
por assim dizer, uma cópia da Jerusalém celestial (cf. Hb 8.5 e 9.23); essas
portas estavam também nas cardeais; ladeavam toda a cidade de Davi: a porta do
gado (Ne 3.1); a porta do peixe (Ne 3.3); a porta velha (Ne 3.6); a porta do
vale (Ne 3.13); a porta do monturo (Ne 3.14); a porta da fonte (Ne 3.15); a
porta da casa de Eliasibe: sumo-sacerdote (Ne 3.20); a porta das águas (Ne
3.36); a porta dos cavalos (Ne 3.28); a porta oriental (Ne 3.29); a porta de
Mifcade (Ne 3.31); a por ta de Efraim (Ne 8.16). “Isso pode ser comparado também
ao acampamento de Israel, onde havia o arranjo das tribos de acordo com direções
dos pontos cardeais: A leste ficava Judá, Issacar e Zebulom; Ao sul, Rúben,
Simeão e Gade; A oeste, Efraim, Manassés e Benjamim; E ao norte, Dã, Asser e
Naftali. Números capítulo 2.
“E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e
neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”.
5 - “...doze apóstolos do Cordeiro”.
Devemos observar que, cada vista da cidade se menciona o (“Cordeiro”),
e a referência sétupla a ele (21.9, 14, 22, 23, 27; 22.1, 3) indica que embora
Cristo entregue o reino ao Pai, não obstante partilha-o com os remidos. Os
Apóstolos do cordeiro, mostram nisso sua importância, tanto naquilo que eram
como naquilo que faziam. Porém, Cristo Jesus é quem dá por empréstimo o seu
valor àqueles, o que significa que eram grandes somente por sua causa. Não
obstante, os Apóstolos e profetas são grandes, tal como todos os homens o são,
uma vez que sejam transformados segundo a imagem de Cristo, já que participação
da sua natureza divina. Na nova Jerusalém o divino se combinará com o humano, da
mesma maneira que o número três, multiplicado pelo número do mundo “quatro”,
resulta em doze. Assim cumpre-se a frase: “...para o humano se tornar divino,
foi necessário que o divino torna-se humano”. Na cidade do Deus vivo, o humano
se encontra com o divino absorve o humano, menos a individualidade (2Co
5.4).
“E aquele que falava comigo tinha uma cena de
ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro”.
6 - “... para medir a cidade”.
O texto em foco, mostra-nos um anjo que trazia “...uma cana de medir”
para medir a grandeza da cidade do senhor. “Neste ponto, a cidade, ao ser
medida, dá a entender a sua total importância e consagração, em todas as suas
partes, trazida ao padrão exato das exigências de Deus; outrossim, fica
entendido o cuidado de Deus, dali por diante, cada partícula de sua Santa
Cidade, para o mal não a atinja”. É a medição que exibe a beleza e as proporções
da cidade, a qual agora viverá em paz. O ouro é uma das grandes características
dessa cidade; as ruas são de ouro; isso pode representar o rico resplendor da
cidade real (cf. 1Rs 10.14-21; Sl 77.15); mas a riqueza daquela cidade será o
amor. Essa “medição”, sem dúvida, denota o caráter e ideal da Igreja eterna, o
conhecimento e a nomeação divina da mesma (Ez 42.16; Ap 11.1).
“E a cidade estava situada em quadrado; e o
seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até
doze mil estádios: e o seu comprimento, largura e altura eram iguais”.
7 - “...doze mil estádios”.
Segundo os rabinos, o estádio era uma oitava da milha romana, ou seja,
cerca de 185 metros. Portanto, doze mil estádios correspondem mais ou menos a
2.200 quilômetros. Porém, devido à ambigüidade das conforme é observada no
grego, os intérpretes diferem imensamente no que se refere ao seu formato
tencionado. “Os judeus dizem acerca de Jerusalém que, no porvir, ela será tão
grande e ampliada que atingíra os portões de Damasco, sim, até ao trono da
glória”. Cremos que realmente a nova Jerusalém terá, sem dúvida, essas dimensões
em foco nesta secção, isto é, 12.000 estádios. “Doze mil estádios multiplicados
por cento e oitenta e cinco metros, e o resultado elevado à terceira potência
dará a medida cúbica da cidade: (“dez bilhões, novecentos e quarenta e um milhão
e quarenta e oito mil quilômetros”). A grandeza da cidade assegura lugar para
todos!”.
“E mediu o seu muro, de cento e quarenta e
quatro côvados, conforme à medida de homem, que é a dum anjo”.
8 - “...à medida de homem”.
Essa expressão (“à medida de homem, que é a dum anjo”) tem deixado
alguns teólogos perplexos. Provavelmente isso deriva do fato de que o côvado era
uma medida tomada com base na estrutura do corpo humano, o comprimento entre a
ponta do dedo médio da mão e a junção do cotovelo. Para ocidentais, o côvado
mais conhecido é o francês: 66 centímetros, mas o côvado mencionado na Bíblia é
o hebraico: 50 centímetros, aproximadamente. Apesar da cidade ter
aproximadamente 555 quilômetros de altura, o seu muro é bastante baixo (cerca de
72 metros) para nós aqui na terra; mas, segundo se diz que, no céu ele é
bastante alto. Pois é importante lembrarmos que lá não existe ladrão! Há outras
possíveis interpretações sobre a medida do anjo, vista nesta secção. “Supõe-se
que esse “côvado” é uma medida angelical, não do mesmo comprimento do côvado
humano, sendo antes cerca de 180 centímetros, isto é, da altura de um homem. Mas
essa opinião é extremamente improvável”. É evidente que 144 côvados, refere-se a
medida estabelecida acima, isto é, cerca de 72 metros.
“E a fábrica do seu muro era de jaspe, e a
cidade de ouro puro, semelhante a vidro puro”.
9 - “...a cidade de ouro”. O
livro do Apocalipse traz muitas alusões ao “ouro”. Para o leitor curioso, esta
lista é provida: (1.12, 13, 20; 2.4; 3.18; 4.4; 5.8; 8.3; 9.7, 13, 20; 14.14;
15.6, 7; 17.4; 18.12, 16; 21.15, 18, 21). Mas a maioria das referências aludi ai
ouro de qualidade celestial. Será um ouro transparente, de qualidade metafísica,
o da cidade do Senhor! Presumivelmente de uma qualidade desconhecida na terra.
será um “ouro” celeste, de origem divina. “O ouro é emblema da natureza divina
(Jó 22.25), difundido por todo o mundo, por causa da fusibilidade desse metal”.
Alguns intérpretes instem aqui em um material literal, mas a maioria deles vê o
ouro como símbolo de dignidade, valor, pureza e natureza exaltada do caráter da
Noiva. Mas essa opinião não se coaduna com a natureza do argumento principal.
Seja como for, importantíssimo aparece aqui, e, evidentemente, refere-se mesmo
ao “ouro”, mas de natureza celestial.
“E os fundamentos do muro da cidade estavam
adornados de todas a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo,
safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda”.
10 - “...os fundamentos”.
Notemos que as várias pedras preciosas mencionadas são essencialmente
paralelas às pedras do peitoral do Sumo Sacerdote, conforme se depreende em Êx
28.17 e ss; 39.10 e ss; Na Septuaginta (LXX) feita do hebraico para o grego
essas pedras também são vistas no adorno das vestes do rei de Tiro:
literalmente, o monarca Itobal II. Ez 28.13.
1. No livro do Êxodo, cada pedra recebeu a
gravura do nome de uma tribo, mas no Apocalipse, cada pedra tem o nome de um
Apóstolo do Cordeiro. No versículo 14 do presente capítulo, é dito que o
“...muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos
do Cordeiro”; é evidente que estas pedras correspondam aos nomes desses
personagens respectivamente. 2Pd 2.5:
(a) Jaspe (Pedro). Isso pode ser confrontado
com Ap 4.3, onde o Deus supremo aparece em uma manifestação visível com a
aparência de jaspe. A simbologia aqui empregada mostra sua natureza divina; será
verdadeiramente, uma habitação apropriada para Deus, para Cristo e para seu
povo. Esse jaspe é como uma pedra luminosa, “cristalina” que refletirá por assim
dizer, a glória de Deus, tal como os remidos são a “imagem de Deus” em Cristo.
“O jaspe oriental é extremamente duro, quase indestrutível. As colunas feitas
dessa pedra têm perdurado alguns milênios, e parecem nada ter sofrido dos
estragos do tempo”. O material da muralha, portanto, se reveste de igual
importância com a sua altura, valor infinito e duração infinita, qualidades que
pertencem às pedras mais preciosas;
(b) Safira (André). Podemos comparar o presente
texto, com Is 44.11 e Ez 1.26. Talvez se trate do (“láios lazúli”), ao passo que
a moderna safira talvez seja o “jacinto” do vigésimo versículo . Plínio descreve
a pedra aqui mencionada (sappheiros) como uma pedra opaca e rajada com tracinhos
de ouro... procedia da Média, Pérsia e Bocara, essa pedra era opaco
azulada:
(c) Calcedônia (Tiago). Assim chamada por
proceder da Calcedônia, onde era encontrada nas minhas de cobre. Provavelmente
era uma esmeralda de qualidade superior à que conhecemos atualmente. Plínio
informa-nos que ela era pequena e quebradiça e que era fruta-cor. Não possuímos
maiores detalhes sobre esta pedra, calcedônia: este é o único lugar onde essa
palavra figura em todas as Escrituras:
(d) Esmeralda (João). Essa palavra aparece em
Ap 4.3. Dentre todos os escritores antigos que conhecemos, Heródoto foi o
primeiro a mencionar essa pedra. Ele visitou um templo dedicado a Hércules, em
Toro, adornado de esmeralda. Havia ali duas colunas, uma de ouro puro e a outra
de esmeralda, que “brilhava com grande fulgor à noite”. A que foi vista por João
na muralha da cidade celeste, ultrapassa todas as perspectivas daquela
contemplada por Heródoto, em Tiro.
“O quinto sardônica; o sexto, sárdio; o
sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o
undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista”.
11 - “...o quinto e ss”. O
presente versículo, é a continuidade da lista das pedras iniciada no versículo
anterior.
- Seguiremos aqui a ordem anterior do
versículo 19 deste capítulo:
(e) Sardônica (Filipe). Era uma bela e rara
forma de Ônix, assim chamada devido à sua semelhança com as veias brancas e
amarelas da unha humana. (No grego: “onuks”). Em tempos antigos, evidentemente
essa pedra era chamada “Ônix”, quanto a pedra era rajada ou salpicada de
branco:
(f) Sárdio (Bartolomeu). Essa pedra também é
encontrada em Ap 4.3. Era de cor vermelha, usualmente rebrilhante. Sua cor
vermelha se aplicava à pessoa de Cristo, como a vitima da expiação no holocausto
da cruz:
(g) Crisólito (Tomé). O termo grego subentende
uma pedra de cor dourada. Plínio a descreve como “translúcida e com um tom
dourado”. Está em foco o topázio, que é um quartzo amarelo:
(h) Berilo (Mateus). De acordo com Plínio, essa
pedra se assemelhava ao verde mar. Talvez tenha sido uma espécie de esmeralda,
embora muitos eruditos pensem que era uma espécie de pedra inferior àquela; mas
em sentido
natural é esmeralda. Ez 1.16; 10.9;
28.13:
(i) Topázio (Tiago, filho de Alfeu). Essa é a
nossa pedra “peridot”. Alguns estudiosos afirmam que o topázio era desconhecido
dos antigos, mas isso parece impossível. A pedra aqui mencionada era de cor
verde-amarelado. Jó 38.19;
Ez 28.13:
(j) Crisópraso (Lebeu, apelidado Tadeu).
Devida-se do grego que significa “alho de ouro”. Essa pedra era de cor
verde-dourado e translúcido, e se assemelhava a um alho, do formato do (“mundo
ocidental”). Plínio pensava que essa pedra era uma variedade de berilo; uma
pedra bastante conhecida de todos:
(l) Jacinto (Simão Cananita). Essa pedra,
segundo os antigos, era usada para lembrar um belo jovem, que segundo a
mitologia grega, foi morto durante um jogo de disco. O termo grego aqui
empregado indica a pedra preciosa que leva esse nome. Sua cor podia ser
vermelha, vermelho-escuro, azul-escuro ou púrpura:
(m) Ametista (Matias). O termo grego significa
“não estar bêbado de vinho” por causa da noção de que a pedra evitava a
intoxicação alcoólica. Essa pedra é a quartzo ametistino, ou cristal de rocha,
que pode receber um tom purpurino, devido ao manganês ou do ferro. É evidente
que estas doze pedras preciosas, são responsáveis por cada cor durante um
(“mês”) na cidade celestial (22.2).
“E as doze portas eram doze pérolas: cada uma
das portas era uma pérolas; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro
transparente”.
12 - “...as doze portas eram doze
pérolas”. Há uma promessa para a Jerusalém terrestre durante o período
milenial. Em Is 54.12, diz: “E as tuas janelas farei cristalinas, e as tuas
portas de rubins...”. A pérola é a única jóia que a arte humana não consegue
aprimorar. Instrumentos podem dar lustro a outras pedras. Mas a perfeição da
pérola deve ser algo original e inerente a ela mesma. As bênçãos mais profundas
de Deus, na Nova Jerusalém, não poderão ser melhoradas, porquanto, participam da
perfeição da própria perfeição de Deus. Ainda sobre essa jóia tão importante,
encontramos em Mt 13.45, 46 a parábola da pérola de grande valor que em uma
interpretação comum representa a Igreja comprada pelo “precioso sangue de
Cristo”. No presente texto, a pérola significa unidade, pureza e amor. Uma porta
de pérola conforme o tamanho das portas daquela cidade! Só Deus e mais ninguém
possui tal riqueza! Mas ali tudo é dele e para ele.
“E nela não vi templo, porque o seu templo é o
Senhor Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro”.
13 - “...nela não vi templo”.
Cada um desses versículos traz particularidades que distinguem o estado
eterno do Reino Milenial. As sombras aqui agora dão lugar à substância (cf. Hb
8.5 e 9.23). No Milênio havia o sol e a lua que iluminava. Havia também templo,
por mão humana (Ez capítulos 40-48). Mas na nova Jerusalém celestial não são
necessários. Em algum sentido todos os templos, (isto é, o de Salomão. 1Rs
capítulo 6; o de Esdras. Ed capítulo 6; o de Herodes. Jo 2.20; esse que será
construído pelos judeus (Dn 9.27; Mt 24.15; 2Ts 2.4), e o templo escatológico de
Ezequiel (usado no Milênio). Ez capítulos 40 e ss, todos são tratados como uma
só casa: (“a casa de Deus”), visto que todos professaram ser isso). Aqui, porém,
no texto em foco, não haverá mais templo: “porque o seu templo (da cidade) é o
Senhor”. A cidade inteira será então um só santo templo de Deus. Como observa
Lang, “A nova Jerusalém não terá lugar para abrigar ao Senhor, porquanto ela
mesma será abrigada por ele. Ele armará tabernáculo sobre eles (7.15). Seus
habitantes habitarão sob sua luz manifesta e abrigadora”.
“E a cidade não necessita de sol nem de lua,
para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro
é a sua lâmpada”.
14 - “...não necessita de sol nem de
lua”. No versículo anterior João viu que a cidade não precisa de
santuário, isso equivale a dizer que toda a cidade é o próprio santuário, pois
Deus e o Cordeiro são seu próprio santuário (Jo 2.21). A cidade brilha desde seu
interior, não precisando de qualquer iluminação externa. A luz de Cristo
atravessa em todas as direções, por tratar-se de ouro transparente, e nada pode
impedir a difusão dos raios luminosos de Cristo. Assim fica demonstrado que, a
cidade celeste não necessita de luz, nem mesmo de sol. Entretanto, na cidade
terrestre (na era milenial) haverá necessidade de luz, como podemos ver em Is
30.26, pois haverá noite e haverá dia: fatores da vida física (cf. Is 24.23-30).
Agora na presente era, os remidos andam por fé, vêem as coisas celestes
“...refletindo como um espelho” (2Co 3.18); mas ali tudo será alterado.
“E as nações andarão à sua luz; e os reis da
terra trarão para ela a sua glória e honra”.
15 - “...as nações”.
Cronologicamente falando, a última vez que lemos neste livro sobre
(“nações terrenas”), é em 20.8; aqui, portanto, e, nas secções que se seguem
(21.26 e 22.2); trata-se de (“nações celestiais”). Por três vezes são
mencionadas as nações aqui. O Milênio aqui já é passado (obedecendo a ordem
cronológica dos acontecimentos). É verdade que palavra “nação” empregada nos
versículos (24, 26; 22.2), não contenha certos elementos que lhe pertencem
quando se refere às “nações gentílicas”, mas o sentido de “nação” lhe é
inerente. Assim podemos depreender que essas nações não soa mais os convertidos
da era milenial, a menos, que trate-se de uma secção (“tópica”) e não
(cronológica”).Mas, se assim for, esses versículos estariam deslocados de suas
posições. Essas nações, portanto, devem ser “nações santas” já numa forma de
vida (cf. 1Pd 2.9; Ap 5.9; 7.9-14). A menos que numa ação retroativa sejam as
nações mileniais que aqui são contempladas (Zc 14.16). Mas dificilmente isso se
harmoniza com o argumento principal.
“E as suas portas não se fecharão de dia,
porque ali não haverá noite”.
15 - “...suas portas não se fecharão”.
O Dr. J. A. Seiss diz aquilo que segue: “A hospitalidade da cidade
santa será suprema em todos os seus aspectos. Há uma rica e calorosa cidade de
portões abertos. Ela oferecerá o dom das portas abertas a todos os peregrinos da
luz. Onde quer que os homens tenham visto estrelas de esperança no firmamento
noturno e tenham querido viajar para a pátria da expectação, têm pertencido à
companhia daqueles que foram acolhidos pelas portas abertas da cidade de luz. Em
paz durante o dia, as portas da cidade estarão abertas; e nem haverá noite ali”.
Uma cidade é um centro de cooperação, harmonia e governo, e, colocada sobre um
monte, é bem evidente (Mt 5.14; Ap 21.10). Na capital do céu, tudo será paz,
pois o oxigênio espiritual nela existente será o amor. Não haverá nela trevas,
nem pecado, nem egoísmo, nem violência, coisas que encobrem os corações dos
homens como uma noite tenebrosas. Mas, seja como for, “ali não haverá
noite!”.
“E a ela trarão a glória e honra das
nações”.
16 - “...glória e honra”. Na
era presente e honra e a glória que pertencem a Deus, em muitas das vezes, têm
sido dedicadas a outras criaturas (cf. Is 42.8; Rm 1.19 e ss). Porém, na cidade
do Senhor, isso não acontecerá, pois ali toda a honra e toda a glória e todo o
louvor, só serão dados a Deus e ao Cordeiro, porque merecem (5.12, 13). A cidade
será o objeto especial e eterno da riqueza das nações. Assim essa linda cidade
denominada “nova Jerusalém”, não é a mesma Jerusalém do mundo atual; “a
Jerusalém deste mundo pode penetrada por quem quiser nela entrar; mas a do mundo
vindouro não poderá ser penetrada por ninguém, exceto por aqueles que estiverem
preparados e foram nomeados para ela”. As Escrituras nos levam a entender que,
na Nova Jerusalém celeste não poderá sobreviver seres humanos, mas, só
celestiais. As nações convertidas durante o Milênio, serão (“transformadas”)
quando “o céu e a terra” passarem (20.11); enquanto que os mortos da era
milenial, serão ressuscitados numa nova forma de vida (cf. Dn 12.2; Jo 5.29). E,
assim num contexto demonstrativo do significado do pensamento diz Paulo:
“...assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do
celestial”.
“E não entrará nela coisa alguma que contamine,
e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do
Cordeiro”.
17 - “...não entrará nela coisa alguma
que contamine”. O presente texto nos faz lembrar das palavras de
Platão, quando dizia: “Na vida presente, penso que nos aproximamos mais do
conhecimento quanto menor for a nossa comunhão e ligação com o corpo (o corpo do
pecado), não sendo infectados pela natureza do corpo (que é má), mas antes
permaneceremos puros até a hora em que o próprio Deus agradar-se em
libertar-nos... nenhuma coisa impura (há não ser por meio de Jesus) terá licença
de aproximar-se do puro”.
- - Só os que estão inscritos.O contexto seguinte diz: “...no livro da vida do Cordeiro”. Entre os livros escritos com tintas e outras não, encontramos os seguintes:
(a) O livro da consciência.
Rm 2.15; (b) O livro da natureza. Sl 19.1-14;
(c) O livro da lei. Rm 2.12; (d) O livro do
evangelho. Rm 2.16; (e) O livro das memórias. Lc 16.25;
(f) O livro(s) das obras humanas. Ap 20.12;
(g) O livro da vida. O livro da vida do Cordeiro é o livro que
dá admissão ao mundo eterno. A missão plena de Jesus Cristo, derramando o seu
sangue, foi para conduzir-nos a Deus, em sua real presença. Seu título,
“Cordeiro”, faz subentender tudo isso. O livro da vida é o livro de uma infinita
compaixão, porque contem, exclusivamente, nomes de ex pecadores. Está aberto
para todos; e, no entanto, muitos desprezam as suas promessas.
(Extraído e adaptado; Apocalipse, Versículo por
Versículo – Severino Pedro da Silva – CPAD)
CONCLUSÃO
- Contudo, nos resta batalharmos dia e noite
para a cada momento em nossas vidas nos aproximarmos mais de Deus com esta
esperança de estarmos sempre com o Senhor, onde seremos consolados das aflições
desta vida (Assunto das lições do próximo Trimestre) e habitaremos na real
morada pela qual nos preparou o nosso Senhor! Aleluia!
Bibliografia- Bíblia de Estudo
Plenitude (ARC)- Apontamentos Teológico do Autor
- Dicionário Língua Portugues Apocalípse,
Versículo por Versículo – Severino Pedro da Silva – Págs. 194 a 197. CPAD.
Fonte: Portal EBD
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