Igreja Evangélica Assembléia de Deus-
Sede – Praça José Moisés de Carvalho
– tiquara – BA. Fone 74-3552-8086
Pr. Presidente Ezequiel Pinto de Carvalho
Pequeno curso para o candidato ao batismo
A IGREJA
“À universal assembléia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus e a Deus, o juiz, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” Hb 12.23.
Ler com atenção I Co 12.1-31.
QUE É IGREJA?
A igreja conforme o texto bíblico de I Co 12 está acima de uma organização (Estrutura e Forma) qualquer, é um organismo (Possui e gera vida). A palavra grega que está traduzida por igreja é (ekklesia) Eclésia, e significa assembléia ou congregação. A igreja é o corpo de cristo, a habitação de Deus através do Espírito Santo, com divinas nomeações para cumprimento de sua grande missão. (Ef 4.11; I Co 1.7; Rm 12.6; Mc 16.15)
- A igreja é chamada para deixar o mundo e ingressar no reino de Deus (Jo 2.15-17; Tg 4.1-4; Mt 6.19-34). A separação do mundo é parte inerente da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por Deus e Pai (II Co 6.16-18).
- A igreja é o corpo de Cristo (I Co 6.15,16; 10.16,17). Portanto não existe igreja verdadeira sem comunhão vital dos seus membros com Cristo. Pois não há vida no corpo sem comunhão com a cabeça. Cristo é a cabeça (Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).
PROPÓSITOS DA IGREJA?
A igreja é ordenada para ser:
1. Uma comunidade evangelizadora (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18);
2. Uma comunidade que adora “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, façais tudo para gloria de Deus”. (I Co 10.31);
3. Uma comunidade edificante (Ef 4.12-16).
IGREJA UNIVERSAL E IGREJA LOCAL
A palavra “igreja” no Novo Testamento tanto pode referir-se a uma igreja local (Mt 18.17; At 15.4) ou à igreja no sentido universal (Mt 16.18; At 20.28; Ef 2.21,22).
A igreja universal ou invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, de todas as raças tribos, línguas e nações, unidos por sua fé viva em cristo (AP 5.9). a igreja visível consiste de congregações locais, compostas de:
· Crentes vencedores e fiéis (AP 2.11,17, 26).
· Crentes professos, porem falsos (AP 2.2).
· Crentes “caídos” (AP 2.5).
· Crentes espiritualmente “mortos” (AP 3.1).
· Crentes “mornos” (AP 3.16)
Podemos então dizer que a igreja local é uma face da igreja universal, e que, tem seus próprios problemas, soluções e costumes. A doutrina bíblica é universal os costumes são temporais e regionais.
A igreja local é regida por pessoas por Deus constituídas (Ef 4.11-16), para a edificação da mesma. É justo então dizer que estas pessoas são os responsáveis por representarem ao Deus todo poderoso entre seu povo, têm então, responsabilidades e direitos, deveres de dar bons exemplos, direitos de serem honrados e respeitados como homens de Deus.
A IGREJA E SEU SUSTENTO
Como qualquer organização sem fins lucrativos, a igreja local tem na bíblia respaldo para ser sustentada pelos que a ela se aderem, para obedecer aos mandamentos bíblicos. Pois o próprio Deus instituiu o meio de sustento da igreja local, através de contribuições que a bíblia chama de “Dízimos e Ofertas alçadas” (Ml 3.10).
“Dízimo” é a décima parte de tudo que se ganha, ou seja, dez por cento dos lucros obtidos em qualquer negocio ou trabalho lícito. O dizimo é na bíblia a doutrina da manutenção dos trabalhos ao senhor em forma de gratidão a Ele por tudo que nos concede. Aparece na bíblia mais de 400 anos antes da lei de Moises (Gn 14.18-20, conf. Hb 7.4; Gn 28.20-22), é consolidado como lei por Moisés para sustento do serviço do tabernáculo e da família dos levitas que serviam exclusivamente no tabernáculo. Mas acima de qualquer coisa o dizimo era devolvido ao senhor como reconhecimento e gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas (Lv 27.30-32; Nm 18.21,26; Dt 14.22-29). No âmago do dizimo, está o reconhecimento de que Deus é o dono de tudo (Ex 19.5; Sl. 241; 50.10-12; Ag 2.8) bem como nas ofertas alçadas (I Cr 29.10-14; Jó 1.21; Jo 3.27; I Co 4.7). E continuou sendo usado na graça, isto é confirmado por Cristo (Mt 23.23) e pelos apóstolos (Hb 7.7,8)
I - TRÊS REQUISITOS DA OFERTA CRISTÃ
1. Tem que ser voluntaria - “Deus ama quem dá com alegria” (II Co 9.7) como no exemplo de Abraão e Jacó ( Gn 14.18-20; 28.20-11).
2. Tem que ser metódico – I Co 16.2 Uma contribuição desorganizada, incerta, irregular, motivada apenas pela necessidade angustiante do trabalho de Deus, jamais poderá satisfazer as exigências do Novo Testamento:
· No primeiro dia da semana... I Co 16.2.
· ...Cada “um” de vós ponha de parte...
· ...O que poder ajuntar...
3. Tem que ser proporcional aos rendimentos – conforme suas prosperidades, “será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem” (II Co 8.12).
II – SE A CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ NÃO FOR IGUAL AO DIZIMO TEM QUE SER SUPERIOR:
§ Por causa da ampliação dos mandamentos do Velho Testamento, inseridos no Novo - (Mt 5.21;33-37; 43-46). Se estes e tantos outros preceitos do VT transportados para o NT por Cristo, sofreram reparos de profundidade e ampliados, deve-se admitir o mesmo critério aos mandamentos do dizimo ou contribuição cristã. Se 10% era base da contribuição antes e na lei, sendo este transferido por Cristo e os apóstolos do AT para o NT é claro que não podem sofrer alterações para menos, visto ser esta a regra para o NT. Bom será que não sofra alterações, conservando-se respeitosamente a integridade da regra que a bíblia nos apresenta. Mas se alguém quer fazer qualquer modificação só achará apoio bíblico no NT para mais e nunca para menos.
§ Por causa da finalidade – (Ml 3.10). No AT a finalidade das contribuições era manter o culto centralizado em Jerusalém (Jo 4.20). Parece incrível um só templo para uma nação inteira, e os prosélitos e gentios do mundo inteiro, no entanto, Deus exige todos os dízimos e ofertas alçadas para manter o serviço religioso deste culto. Convém notar, para melhor compreensão do fato, que Deus exige o Dizimo não só dos judeus fiéis, mas de toda a nação.
§ Finalidade da igreja:
- Fazer o evangelho chegar “até os confins da terra” (At 1.8).
- Construir milhares e milhares de templos em tos os países, nações, tribos e entre todas as línguas. E mantê-los funcionando (Água, Luz, som, assentos, limpeza e.t.c.)
- Manter milhares e milhares de pastores, missionários e obreiros em toda vasta seara.
- Etc.
§ Pelo exemplo da igreja primitiva (At 4.34,35) - Belo exemplo de voluntariedade! (II Co 8.1-7); Exemplo magnânimo de liberalidade! Quanto altruísmo (AT 2.45). Quanta filantropia Cristã! Larga visão de cristianismo! Uma nova visão dos valores terreno e materiais! (At 4.36,37). Eram ofertas trazidas generosa e abundantemente como demonstração expressiva de amor e consagração!
AS ORDENANÇAS DA IGREJA
As ordenanças determinada por Cristo são celebradas na igreja por causa do seu mandamento e exemplo. Não produzem mudanças espirituais, mas são símbolos ou formas de exteriorização do que já aconteceu espiritualmente dentro de cada um. Estas ordenanças são o BATISMO NAS AGUAS E A CEIA DO SENHOR. (Mt 28.19,20; 26.26,27)
BATISMO NAS ÁGUAS
O cristão se batiza nas águas “Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.3). Leia também Mt 28.16-20 e Mc 16.15,16.
O QUE É BATIZAR?
Batismo ou batizar quer dizer “mergulhar, submergir, imergir” (Mc 1.5; Jo 3.33; At 8.36-39). O batismo nas águas é uma profunda experiência de uma pessoa neo-testamentaria (At 2.38-41; Hb 6.1,2). Que teve um encontro real com Cristo e conseqüentemente deseja “cumprir toda a justiça” (Mt 3.15). O batismo é para os pecadores e se Cristo sendo Santo assume o nosso estado pecador, que em figura, desceu às águas batismais, muito mais nós devemos cumprir este mandamento. Vejamos:
A) Jesus foi batizado (Mt. 3.13-17).
B) Jesus o ordenou (Mt 28.16-20; Mc 16.16).
C) Também os apóstolos o ordenaram (At 2.37-47; 10.44,48).
D) Se o amamos, obedeceremos a suas ordenanças, incluindo aí o batismo (Jo 14.15).
E) Validamos nossa fé pela obediência (Tg 2.17,18).
O batismo nas águas simboliza uma profunda identificação do crente com Cristo, “testifica que estava com Cristo quando Cristo foi condenado pelo pecado; que foi sepultado com Ele na sua morte e que ressuscitou, para uma nova vida nEle”. O cristão demonstra isso na pratica diária da vida, andando em “novidade de vida” (Rm 6.4), compatível com os princípios bíblicos, que é a expressão da vontade de Deus.
PARA QUEM E QUAL O SENTIDO DO BATISMO
Pela bíblia as pessoas tomam conhecimento do evangelho, crêem e em seguida são batizadas nas águas. O arrependimento, fé e confissão (At 8.36-39; Rm 110.9,10) Precedem o batismo, por esta razão excluímos o batismo infantil. Esta ordenança é para “Quem crer...” (Mc 16.16):
A) Os Samaritanos creram por isso foram batizados (At 8.12-15);
B) O eunuco creu e foi batizado (At 8.35-38);
C) Os gentios da casa de Cornélio foram batizados por Pedro depois de crerem (At 10.47,48);
D) Os discípulos de Éfeso já criam por isso foram batizados (At 19.4,5).
Portanto o batismo não é uma opção, é uma obediência. Crer e cumprir as exigências da igreja local e não se batizar é desobediência à palavra de Deus.
O batismo é uma experiência espiritual simbólica, contudo real. Somos batizados em:
A) Sua morte (Rm 6.2,3, 11);
B) Seu sepultamento (Cl 2.12);
C) Sua ressurreição (Rm 6.4,5; Cl 3.1).
O batismo é a identificação com Cristo. Na salvação aceitamos a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo. Pelo batismo nós nos apresentamos como “mortos”. Pela imersão em águas, sepultamos o “morto”. Saindo das águas, ressuscitamos para vivermos em novidade de vida. O crente é batizado em nome: do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, no nome da eterna trindade (Mt 28.19). Este foi o ensino de Cristo antes da sua ascensão, e obedecido pelos apóstolos que na autoridade dada por Cristo de falarem em seu nome o evangelho, não só fizessem milagres nesta autoridade, mas também batizassem os que cressem. É por isso no livro de Atos vemos os apóstolos dizendo que efetuavam o batismo (como Cristo lhes ensinou Mt 28.19, pois estes foram obedientes ao mestre em tudo) em nome do Senhor Jesus. Era na ordem expressa de Cristo que eles estavam realizando tudo que “Ele os havia mandado”.
A CEIA DO SENHOR
A Ceia do Senhor (I Co 11.20) também chamada de: Comunhão (I Co 10.16); a mesa do senhor (I Co 10.21). O senhor instituiu esta ordenança na ultima festa da páscoa em que esteve com seus discípulos em Jerusalém (Mt 26.17-19; Mc 14.22-26; Lc 22.15-20). O senhor Jesus deu ao apostolo Paulo revelações distintas desta ordenança (I Co 11.23).
Os símbolos da Ceia do Senhor são: Mesa (I Co 10.21; Lc 22.30); Pão (I Co 10.16; Lc 22.19); e o Vinho (do fruto da videira, I Co 10.16; Lc 22.17-20). Estes símbolos têm os seguintes significados: Mesa – lugar de amor e comunhão (Lv 24.5-9; Sl 23.5; AP 3.20); Pão – representa o corpo de Cristo rasgado na sua morte (Mt 26.26), e também a igreja, o corpo de Cristo (I Co 10.16,17); O Vinho – representa o sangue de Cristo derramado pelos nossos pecados, sangue da nova aliança (Mt 26.27; I Co 11.25). A ceia do senhor tem aspecto duplo: em “memória” – passado e presente; escatológico – “até que Ele venha”.
COMO DEVEMOS CHEGAR À MESA DO SENHOR
Ao nos achegarmos à mesa do senhor precisamos ter em mente pelo menos quatro coisas importantes:
A) É uma ordem - “Tomai, comei... Bebei dele todos”. Cristo não disse que se quiséssemos, mas que comêssemos e bebêssemos. É, portanto imperativo que o façamos. Porem com responsabilidade, temor e reverencia.
B) “Em memória de mim” - isto significa que ao tomarmos a ceia estamos lembrando-nos:
· Do estado pecaminoso que nos encontrávamos (Ef 2.1-10);
· Do sofrimento de cristo em nosso lugar (Jo 19.17-37; Lc. 1-48; Is 53 3-12; Rm 5.6);
· Da comunhão com Deus por seu sangue (Ef 2.13-19; Rm 5.1; Cl 1. 13-23);
· Da comunhão com os santos (Ef 2.13-16; Cl 3.9-17; I Co 1.9,10);
C) “Anunciais a morte do Senhor” – é como se estivéssemos dizendo uns aos outros, aos demônios e aos anjos dos céus que a morte de Cristo é vicária, poderosa e eficaz em todos os tempos a todos os homens. Sem palavras, gritamos: O sangue de Jesus tem poder!
D) “Até que Ele venha” - Fala da esperança que nos alimenta, nos enche de vigor para vivermos vida santa e irrepreensível, pois Cristo vem nos buscar a qualquer momento. E somente aquele que permanecer firme “ate que ele venha”, mostrar-se-á digno de ser arrebatado (I Co 1.8). É necessário ao cristão que vem à ceia ter amor à vinda do Senhor, e está pronto a recebê-lo quando este vier.
É necessário então dizer que, tomar parte na ceia do senhor “em memória” de Cristo de forma “indigna”, ou seja, dizer que temos comunhão com Deus através dos elementos da Ceia: Pão e Vinho, sem na verdade andarmos como tal, é está indigno perante o senhor. É nos enganarmos a nós mesmos. De mesma forma se não temos comunhão entre nós como podemos tomar parte na ceia do Senhor? Visto que quando estamos na Ceia estamos, ainda que sem palavras, dizendo que temos comunhão com Deus e com nossos irmãos. É necessário então sempre fazermos o que diz Paulo: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e baba deste cálice’. (I Co 11.28).
REFERENCIAS:
BEP - Bíblia de estudo pentecostal. CPAD Casa Publicadora das Assembleias de Deus, edição revista e corrigida, Rio de Janeiro, 1995.
JUNQUEIRA, Bonifácio. Dízimos e Ofertas, ELEGRAF. 2ª edição, Goiânia, 2004.