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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

CHAMADA MISSIOLÓGICA


 

 

Texto: Is. 6.1-8

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória. E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos! Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.”

 

O profeta Isaías, teria vivido entre 765 a.C. e 681 a.C., durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, sendo contemporâneo à destruição de Samaria pela Assíria (II Rs 17; II Cr e à resistência de Jerusalém ao cerco das tropas de Senaqueribe que sitiou a cidade com um exército de 185 mil assírios em 701 a.C. Exerceu o seu ministério no reino de Judá, tendo se casado com uma esposa conhecida como a profetisa que foi mãe de dois filhos: Sear-Jasube e Maer-Salal-Hás-Baz.


            Quando analisamos o texto da chamada de Isaias, para uma árdua missão: anunciar o cativeiro do povo e a destruição das cidades de Israel (reino Sul). Percebemos que houve alguns aspectos dignos da nossa observação. São passos que considero importantes para qualquer um que deseja dizer: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Os quais nós queremos tratar em breves linhas.

1- O LOCAL - TEMPLO.

Tudo acontece com a morte do rei Uzias (736 AC) ocasião em que Isaias vai ao templo. Em Jerusalém, o grande templo construído por Salomão que era a gloria da religião judaica, era o local especifico de adoração a Deus pelos judeus. Foi neste local que Isaias teve um encontro pessoal com Javé. Encontro que muda sua vida e seu ministério. E o local dessa mudança não é invariavelmente o mesmo para todos. No caso de Isaias a morte de Uzias o levou ao templo. Sempre Deus usará uma circunstancia que nos conduza ao lugar do encontro transformador. Para Elizeu, foi na roça, depois que Elias lança sobre ele a sua capa (I Rs. 19.19). Para Jonas foi ventre do grande peixe (Jn 2). Para Saulo de Tarso no caminho para Damasco (At.9).

A minha, a sua, a de cada um neste tempo presente, sempre terá para nós um lugar que mereça nossa recordação.

Porem, os motivos como vêem, que Deus se utiliza para marcar este lugar como “O LUGAR”, é variado. Todavia Deus não desiste de nos conduzir ao lugar da mudança. Se ainda não houve uma mudança no seu modo de ver o pecado e suas conseqüências, acredito que Deus o conduzirá ao lugar que desperte em você esse desejo de mudança.

Só quero considerar um fato importante: o templo ainda continua sendo o lugar favorito de Deus se manifestar aos seus escolhidos. Não importa o tamanho, a suntuosidade ou arquitetura, importante mesmo é que seja casa de oração, consagrada a Deus. Não deixe de congregar mesmo que você perceba que não mudou os hábitos conforme prescreve as escrituras. Continue indo aos cultos e Deus marcará um dia que haverá de encontrar você o mudará, desde que você de fato queira ser mudado.

2- UMA EEXPERIENCIA SOBRENATURAL COM DEUS.

            “eu vi o Senhor...”

Isso foi tão assombroso para Isaias o quanto foi para todos os outros personagens bíblicos que tiveram experiências semelhantes com o sobrenatural de Deus. O que acontece sempre quando, até estamos envolvidos na obra, exercendo alguma função, mais necessitamos de autenticidade.   Para Moises foi a sarça em fogo que não a consumia. Para Paulo foi a luz que resplandeceu mostrando a grandeza de cristo e derrubando toda a sua arrogância. Pedro foi o pentecostes que o encheu de ousadia e determinação.

No caso em estudo – Isaias – vê o “Senhor assentado num alto e sublime trono”, foi algo tão maravilhoso que chamais o tornaria igual depois daquela experiência. Essa experiência note que pessoal. Necessário, se faz, então que qualquer pessoa chamada tenha sua própria experiência com Deus. É ela que dará autenticidade ao ministério a ser desempenhado. É intransferível. Qualquer chamada sem uma experiência sobrenatural com Deus será apenas romance. Sem chance de durar as provas que esperam os chamados no desempenho das tarefas que lhe forem confiadas. Não diz a Isaias que seria simplesmente fácil e sem dores. Como também não diz a ninguém que o será. Porem depois de ver sua gloria, quem duvidaria de sua grandeza e soberania, presença e companhia em qualquer situação? Tudo o mais na nossa volta parece pequeno quando nossa experiência com Deus é profunda e sobrenaturalmente marcante.

 

3 – O RECONHECIMENTO DE UMA INTERVENÇÃO DE DEUS EM NOSSO CARATER.

Percebe-se que, embora tivesse um ministério, faltava-lhe autenticidade. Não somos autênticos missionários, enquanto a postura com relação ao sistema mundano que nos cerca não é mudado: “ ... tenho lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios...”. É o reconhecimento de quem somos e em que estado nos encontramos quando, contrastados com a revelação da grandeza de Deus, que determinara a necessidade de uma intervenção sobrenatural daquele que tem o poder de transformar nossa realidade. E isso não acontecerá se nós mesmos não quisermos e a buscar do fundo do nosso coração.

O grande problema hoje é o conformismo com presente sistema mundano que, invadiu nossas igrejas, centros missionários e convenções que tenta nos conformar com tudo isto. Afinal, todos agem assim. Se Deus na sua infinita soberania e misericórdia não intervir com uma ação sobrenatural em muitos, para lhes despertar do estado de acomodação que vive não sei como serão os futuros missionários, lideres o obreiros do Senhor.

Vivemos os tempos que profetizou o apostolo Paulo a Timóteo:  “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.II Tm. 3.1-5. Sendo assim, fica provado que estar cercado e ameaçado a viver do modo pecaminoso que este tipo de gente, é uma realidade assustadora pois esta, está dentro do nosso convívio social e neste contexto até espiritual.

Cabe nos policiarmos, especialmente dentro da experiência espiritual que cada um tem com Deus e, reconhecermos cada vez que necessário, uma mudança de comportamento e se necessário de circulo de amizades e convívio. Para só então sermos isentos de culpa ou acusação quando tiver necessidade de confrontar o pecado em todas as suas formas.

4 – DEUS ESTÁ SEMPRE DISPOSTO A TOCAR-NOS E MUDAR-NOS.

“Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado”. Isaías 6:6-7

 

Tomando o caso em estudo, percebemos que onde há uma real e verdadeira confissão de pecados, há também uma real e verdadeira vontade de Deus em tocar-nos e mudar-nos. Somente pessoas tocadas e mudadas pelo toque soberano da brasa de Deus, que um símbolo do seu espírito santo agindo em nós, serão aptas a dizer com verdade e devoção: “Eis-me aqui, usa-me a mim”. Antes do toque de Deus somos imperfeitos e inaptos para obra. Porem, depois, somos preparados.

Pr. Ezequiel Pinto de Carvalho
presidente das Assembléias de Deus em Tiquara, Campo Formoso - BA
teologo, psicopedagogo e cientista da religião.